[Estação Férias] Bienal Internacional de Dança do Ceará

Postado por Indira Brígido On quinta-feira, janeiro 30, 2014
Está acontecendo aqui em Fortaleza a reapresentação de alguns espetáculos de dança que ocorreram na Bienal Internacional de Dança do Ceará de 2013. É chamada Estação Férias e acontecerá nos dias 29, 30 e 31/01 na Praça do Ferreira.

Fui ontem, quarta 29. Assisti ao final da aula pública de ballet clássico na barra com Ernesto Gadelha, e logo depois de dança contemporânea com Paulo Caldas. Confesso que assisti de longe, sentada e de lado. Os alunos eram conhecidos, da graduação, do curso técnico, de academias da cidade, enfim, do meio que nós artistas cearenses compartilhamos e criamos juntos (ou tentamos criar). Bom, aqui vai um breve comentário das apresentações que eu assisti.

Com um pouco de atraso, as performances se iniciaram com "A Cadeirinha e Eu", de Silvia Moura. Apresentação que em junho desse ano completa 20 anos... Imaginem o quanto de processo ela já passou e ainda passa a cada espetáculo. Por ser uma performance pensada em um espaço circular, com o público em volta, foi necessária uma adaptação da artista. A Bienal disponibilizou uma grande palco italiano, e somente. A apresentação ocorreu no espaço do chão da praça em frente ao palco com o público sentado em cadeiras danificando a visibilidade da performance.

Em seguida veio "Cajuina", da Alysson Amancio Cia. De Dança. Apresentação com dois artistas que entram e saem do palco repetidas vezes. O figurino muda a cada entrada intercalada de falas e citações do interior cearense. Não consegui acompanhar o andamento das cenas representativas que misturavam conversas cômicas entre os atores e linguagens de dança diversas. Caixas preenchiam o espaço cênico que em alguns momentos foram abertas, sentadas em cima ou esquivadas. 

A Paracuru Cia. De Dança apresentou "Dois Pontos". Muitas sensações relativas ao amor me atravessaram. A primeira cena é um casal se beijando, acho que a partir daí eles declaram o que foi problematizado no decorrer das cenas. Muitos casais de ambos os sexos dançando juntos. Movimentos rápidos e fortes compondo um amor bruto. 

A última que eu vi, mas que não foi a última da noite, "A Cadeirinha e Eu" versão Fauller Cia Dita. Uma releitura da apresentação da Silvia Moura. A versão do artista foi em cima do palco, com vídeo ao fundo e um princípio de movimentação outro. Nenhuma interação direta com o público e um cuidado de segurar a cadeira semelhante ao de Silvia. Outros caminhos percorridos com o objeto cênico, outras sensações trazidas de um artista que vive um outro momento de sua carreira.

Tive que ir embora, mas na programação ainda tinha Edisca, lançamento de revista e show. Isso foi só um relato do que aconteceu, mas a Bienal é um espaço que deve ser utilizado pelos artistas locais e proporcionar uma troca entre os mais experientes que já traçaram muitos caminhos e abriram portas para outros e os que estão iniciando suas carreiras. Deveria pensar oportunidade, divulgação, criação e experiência, mas isso já é outra história.

Imagem do site da Bienal




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Sobre

Estudante do 6º semestre de Dança Bacharelado na Universidade Federal do Ceará. Amante de ballet clássico e fotografia. O blog é um lugar para discutir e divulgar as danças que me atravessam.

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